Powered By Blogger

Futuras Enfermeiras

Minha foto
Ceará, Brazil
Ana Caroline,Joana Darc, Nivia Maria e Renata Miranda. Somos acadêmicas de Enfermagem da Faculdade Leão Sampaio em Juazeiro do Norte - CE.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O derrame das mulheres jovens


Parte dos casos de AVC na juventude e na meia-idade é explicada pela exposição, cada vez mais precoce, a fatores de risco como hipertensão, colesterol alto, obesidade, diabetes. Isso ocorre em ambos os sexos. Mas existem situações capazes de aumentar o risco de AVC pelas quais só as mulheres passam. Eis as principais:

Uso de pílula anticoncepcional: Quem toma pílula ou faz reposição hormonal está mais sujeita a sofrer de trombose (formação de coágulos no interior de um vaso sanguíneo). E a trombose pode levar ao AVC. Algumas condições genéticas favorecem a ocorrência desse problema.


Anticoncepcional e cigarro: A combinação de pílula e cigarro eleva em oito vezes o risco de AVC. O sangue dos fumantes torna-se mais propenso à formação de coágulos e a nicotina também enrijece as artérias que irrigam o cérebro. Logo, mulheres que fumam não devem tomar pílula.

Gordura abdominal: Novas evidências sugerem a existência de outro fator que torna as mulheres mais suscetíveis ao AVC: o acúmulo de gordura na região da cintura. A barriga eleva o risco de diabetes, hipertensão e colesterol alto. Três fatores que contribuem para a ocorrência dos derrames.


Enxaqueca: A enxaqueca é três vezes mais comum nas mulheres. Ela é um fator de risco para o AVC, principalmente quando ocorrem dormência e sintomas visuais (auras). Quando a mesma paciente apresenta vários fatores de risco, a situação é ainda mais preocupante. Nas mulheres que têm enxaqueca, fumam e toma pílula, o risco de AVC é 22 vezes mais elevado

Gravidez: Durante a gestação, a quantidade de sangue no organismo aumenta alguns litros. Nos primeiros meses depois do parto, o sangue torna-se mais coagulável. Podem surgir trombos nas pernas ou no cérebro. Uma doença hipertensiva que acomete 5% das grávidas (chamada de pré-eclâmpsia) também contribui para a ocorrência de AVC nessa fase da vida. “A mulher pode ter um pico de hipertensão, e ele pode provocar o AVC”, diz a neurologista Gisele Sampaio Silva, do Hospital Albert Einstein.

Hipertensão: É a principal causa de AVC em homens e mulheres de qualquer idade. Uma das melhores formas de preveni-la é reduzir o sal na alimentação. Um estudo publicado recentemente no New England Journal of Medicine revelou o impacto que essa mudança simples tem sobre a saúde. Pesquisadores da Universidade da Califórnia concluíram que um esforço nacional que resultasse na redução diária de apenas 3 gramas de sal seria capaz de evitar no mínimo 60 mil derrames por ano.

No SUS, poucos serviços oferecem o tratamento. O valor pago pelo Ministério da Saúde pela internação do paciente com AVC (R$ 463) não é suficiente para cobrir a trombólise.
“No tratamento do AVC, o Brasil está muito atrasado em relação ao que se faz no mundo. É estranho que a principal causa de morte não seja prioridade”, diz Sheila Cristina Martins, neurologista do Hospital das Clínicas da UFRGS, em Porto Alegre, e coordenadora da Rede Brasil AVC, uma ONG que reúne os principais especialistas no assunto. A trombólise não é tudo o que o Brasil poderia fazer para melhorar a condição das vítimas do AVC. Mesmo sem essa medicação, existem cuidados básicos que, sozinhos, já são capazes de diminuir a mortalidade em 18% e a dependência de outras pessoas em 25%. Quando o paciente chega ao hospital, é preciso evitar que a pressão arterial fique muito alta ou baixa. É preciso evitar que tenha febre e que os níveis de glicose subam ou caiam demais. Isso não costuma ser feito. “Em 80% dos hospitais do Brasil, esses cuidados mínimos não existem”, diz Sheila.

Fonte: Revista Época, abril de 2010, nº: 623.


Nenhum comentário:

Postar um comentário